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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Memórias de um operário

Por: Alexandre Mendes




   Foi um papo de email com o Ivan Silva que me inspirou a escrever sobre a minha experiência de vida, adquirida como ambulante, nas ruas do Rio de Janeiro.
Há muito preconceito sobre essa profissão, ainda. O fato é que se por um lado, os ambulantes não pagam impostos para vender suas mercadorias, por outro, aliviam as estatísiticas do desemprego, nas grandes capitais.
Todo ambulante que se preza tem que ter os seus apetrechos: Tripé e bandeija de madeirite, plástico com cordas, amarradas nas pontas(o que chamamos de paraquedas) ou grade, para expor as mercadorias.
As ruas do centro podem ser lucrativas ou perigosas para um ambulante. O lugar mais seguro para se trabalhar, talvez seja o sinal (semáforo). Alí, o vendedor expõe a sua mercadoria na mão, sem risco de perdê-la para o rapa.
Trabalhar nas ruas mais movimentadas, chama-se "perde-ganha". O ambulante pode arrebentar nas vendas, entretanto, o risco de perder a mercadoria para o rapa é bem maior e o trabalho é feito correndo deles, pela avenida, o tempo todo.
A Avenida Rio Branco é uma das mais perigosas. Alí, volta e meia, a porrada entre ambulantes e o rapa, estanca. Para trabalhar na Presidente Vargas, Amaral Peixoto ou Rio Branco, só de paraquedas. Nessas ruas, é comum que os vendedores combinem gritos, como o barulho de uma ambulância, para
avisar que o rapa está fazendo a limpa.
Eu sei como é difícil perder a mercadoria para os carrascos da Prefeitura. Mas contarei mais um pouco disso, em uma outra oportunidade.

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