Corri em direção a janela, peguei impulso e pulei. Caí rolando, me levantei e continuei correndo.
Avistei um buraco de esgoto, aberto, no meu caminho. Dei um salto sobre ele, deixando-o para trás.
Meu ouvido aguçado, ouvia, apenas o barulho das minhas pegadas velozes e o som ofegante da minha respiração.
- Arffff... Arffffff... - Respirava, cansado. Eu sabia que, a qualquer momento, seria obrigado a parar.
Ruas, ruas, ruas e mais ruas... Um posto de gasolina...Uma praça.
“Vou descansar, finalmente.” – Pensei.
Tive a impressão de que o meu coração iría saltar pela boca. Minha garganta estava muito seca, e eu já não tinha mais saliva.
A minha roupa se encontrava em um estado deplorável. A blusa colada no meu corpo, devido ao suor. As virilhas, completamente, assadas.
Joguei-me no banco verde, da praça.
Descansei...
Alexandre Mendes
Muitas vezes nós leitores temos uma interpretação diferente do autor; ou melhor não diria "uma interpretação", diria sim que canalizamos "um sentimento" às vezes avesso ao que o autor sentia quando pôs em seu papel seus escritos.
ResponderExcluirNo caso do seu texto senti algo que talvez não tem nada haver com o que vc sentiu ao escrever.Senti toda a pressa que o mundo exige hoje em dia e o que cansaço que isso traz. Às vezes vivemos apressados para resolver algum problema, para chegar ao objetivo; no entanto chega uma hora em que é preciso urgentemente parar, descansar, respirar fundo, desconectar-se de tudo o mais. Já precisei muitas vezes disso: de repouso emocional."Joguei-me no banco verde, da praça. Descansei..."
E nessa pressa a alma cansada fica fixa em ouvir e pensar só em obrigações, só no que está fazendo, esquecendo-se de observar o que há de simples, de puro e de doce na vida, foi isso que senti ao ler esta parte: "Meu ouvido aguçado, ouvia, apenas o barulho das minhas pegadas velozes e o som ofegante da minha respiração."
Abraço