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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

TAQUICARDIA




Corri em direção a janela, peguei impulso e pulei. Caí rolando, me levantei e continuei correndo.

Avistei um buraco de esgoto, aberto, no meu caminho. Dei um salto sobre ele, deixando-o para trás.

Meu ouvido aguçado, ouvia, apenas o barulho das minhas pegadas velozes e o som ofegante da minha respiração.

- Arffff... Arffffff...  - Respirava, cansado. Eu sabia que, a qualquer momento, seria obrigado a parar.

Ruas, ruas, ruas e mais ruas... Um posto de gasolina...Uma praça.

 “Vou descansar, finalmente.” – Pensei.

 Tive a impressão de que o meu coração iría saltar pela boca. Minha garganta estava muito seca, e eu já não tinha mais saliva.

A minha roupa se encontrava em um estado deplorável. A blusa colada no meu corpo, devido ao suor. As virilhas, completamente, assadas.

Joguei-me no banco verde, da praça.

 Descansei...



Alexandre Mendes

Um comentário:

  1. Muitas vezes nós leitores temos uma interpretação diferente do autor; ou melhor não diria "uma interpretação", diria sim que canalizamos "um sentimento" às vezes avesso ao que o autor sentia quando pôs em seu papel seus escritos.
    No caso do seu texto senti algo que talvez não tem nada haver com o que vc sentiu ao escrever.Senti toda a pressa que o mundo exige hoje em dia e o que cansaço que isso traz. Às vezes vivemos apressados para resolver algum problema, para chegar ao objetivo; no entanto chega uma hora em que é preciso urgentemente parar, descansar, respirar fundo, desconectar-se de tudo o mais. Já precisei muitas vezes disso: de repouso emocional."Joguei-me no banco verde, da praça. Descansei..."
    E nessa pressa a alma cansada fica fixa em ouvir e pensar só em obrigações, só no que está fazendo, esquecendo-se de observar o que há de simples, de puro e de doce na vida, foi isso que senti ao ler esta parte: "Meu ouvido aguçado, ouvia, apenas o barulho das minhas pegadas velozes e o som ofegante da minha respiração."
    Abraço

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