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quinta-feira, 14 de abril de 2011

O fim do mundo


"Os dirigentes capitalistas podiam temer que o desaparecimento do produtor rural, do artesanato e da pequena burguesia comercial e industrial reforçasse as fileiras do proletariado. Mas o "modernismo" veio trazer-lhes o êxito total com a automação, a miniaturização e a informática. Após o despovoamento dos campos, assistimos agora ao das fábricas e dos escritórios. Como o capitalismo não sabe nem quer partilhar o lucro e o trabalho (vemos isso nas reações indecentes e histéricas do patronato à jornada de 35 horas- medida de resto bem tímida), chegamos inelutavelmente ao desemprego e à sua corte de desastres sociais."                                                        
Maurice Cury .E.C Éditions, Le Libéralisme Totalitaire.
 Pois então, meus caros leitores, essa é a triste realidade do horizonte que avistamos. A tecnologia não está gerando a evolução. A tecnologia está gerando a "devolução", que nos dá uma idéia de retorno, atraso. Mas é claro que o atraso fica para o povo. Um exemplo claro está no vale-transporte eletrônico. O trabalhador não pode pegar uma van, na volta do trabalho: É obrigado a esperar o ônibus, não importa o seu atraso. Passageiro e condutor de van saem perdendo nessa, só quem ganha é o empresário de ônibus. E o cobrador, que está sujeito a perder seu emprego, por causa do validador e do micro-ônibus. Milhares já foram demitidos em nome da tecnologia. Somos cercados por câmeras em nossos serviços. Os empresários em geral, alegam que é para a segurança da empresa. Somos vigiados quando entramos em um elevador, ou em qualquer outro lugar público. Não podemos mais exprimir o que pensamos em uma cédula eleitoral, apenas apertamos botões que não expressam nosso ódio e repúdio pelos políticos e suas sujeiras. A cada dia somos mais e mais controlados pelos manda chuvas do mundo. E a ordem sintética da tecnologia capitalista é, gradualmente, não precisar mais do povo para nada. Pessoas formadas disputam vaga para gari com pessoas de menor grau de instrução; alguns aceitam trabalhar sem carteira assinada, ou sem receber pelas horas extras. Estamos chegando a um nível insuportável de desvalorização de nossa mão de obra. Qual foi a última vez que o povo se revoltou com a situação trabalhista? Será esse o prenúncio do fim do mundo para nós? Será que um dia não haverá mais povo no mundo, somente os empresários e a tecnologia demagógica deles?

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