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sábado, 30 de abril de 2011

NEO-PSEUDO POESIA COSMOLÓGICA




Por: Alexandre Mendes

                                                          INFONÉTICA
                                               Ando em busca da temática;
                                               Razão poética da dialética
                                              e da verdade anti-sintética
                                              Pré-Socrática e Aristotélica
                                              
                                             Quero a mágica da matemática;
                                                 da geométrica Pitagórica
                                              embora fuja da crítica ética;
                                                   da didática Kantiana
                                         Transcedo a paz que há em Mahatma;
                                              com a mitótica cultura Védica
                                             e com a descrença Nitzscheana,
                                               em sua seca filosofia cética
                                                Prevejo o fim apocalíptico:
                                                     batalha cibernética
                                                 reinventando a tragédia
                                                  Sofoclítica e Homérica
Ando em busca da temática
                          Da mágica matemática
                                               DA paz que há em Mahatma
                                                                        Vejo o fim: Katarsis bélica

quinta-feira, 14 de abril de 2011

MÍNIMO


                                                                                Por: Alexandre Mendes

Lambe logo o meu chão,
meu escravo; desgraçado
Deixa tudo bem limpinho,
porque eu pago seu salário

Pega esponja e desinfeta,
fedorento sanitário
Deixa tudo bem cheiroso,
porque eu pago seu salário

Serve logo meu almoço,
tô com fome, ordinário
Quero ver o seu sorriso,
porque eu pago seu salário

Agora, compra meu cigarro,
não demora, meu lacaio
Quer ouvir um desaforo?
Porra, eu pago seu salário!

Te humilho com prazer
Quero você conformado
Nós nascemos para isso
e eu pago seu salário


GG ALLIN


Por: Alexandre Mendes

Vê aquela flor?
Um dia, ela foi rosa
perfumada, bonita
impávida e formosa.
Hoje, jaz no triste limbo
seca, cinza e horrorosa

Vê aquele animal?
Um dia teve sorte
abanando a cauda,
alegre e forte.
Hoje, expele dolorosos vermes
esperando a própria morte

Vê aquela construção?
Um dia foi admirada
retilínea, colorida
janela e porta cor de prata.
Hoje, abalada e vazia
entregue à cupim e barata

Vê aquele homem?
Um dia foi contente
hábil, musculoso
viril e atraente.
Hoje, acamado e febril
cheio de escaras, inconsciente

Vê o nosso mundo?
Um dia foi arejado
água limpa; solo rico
clima ameno e temperado.
Hoje é superaquecido,
poluído e desmatado

Vê como é o destino?
Um dia é otimismo
crença em contos
verdade mau contada
outrora é escuro abismo,
e o fim da linha revela o nada.

TROPA DE ELITE




-Opa, opa! Perdeu!- disse o policial que chegou sorrateiramente por trás do rapaz. - Fumando maconha na rua! Bonito! - E deu logo um cachação no pé da orelha do moço.
- Que isso! Peraí! É só uma pontinha. Estou chegando do serviço agora. Sou trabalhador. Não passa quase ninguém por essa rua, então decidi queimar aqui mesmo!
-HAHAHAHA! Ele falou que é trabalhador! - Disse o milico para o seu colega, que se aproximava com a pistola na mão.
- Trabalhador e maconheiro? Tu é vagabundo! - Gritou o soldado, enquanto golpeava o rapaz na barriga.
-Pô, eu sou servente de obra. Pode ver, minhas mãos são cheias de calos.- Murmurou o infrator, com a voz trêmula de medo. O segundo policial aproveitou as mãos estendidas do indivíduo e resolveu lhe dar um corretivo com o cacetete em suas palmas.
- Filho da puta! Só tem essa bagana? Cadê o bagulho?
- É só isso...- Olhos lacrimejando.- Só essa pontinha!
O policial que chegou primeiro fitou-o com os olhos vermelhos de ódio. Puxou uma trouxinha de cocaína do bolso e lhe disse:
-Ô seu mané! Isso aqui é seu e tu vai em cana.
-Não! Não! Por favor! Eu tenho uma filha pequena e...
- Tomá no cú! Não te perguntei nada!- Vociferou o soldado, dando-lhe mais um tapa na cara.- Meter você na cela dois. O xerife adora mulher magrinha! HEHEHEHE...
- Não... Espera, vamos negociar. Tô com o pagamento da semana aqui. Pode levar tudo. - Disse o servente de obra, já com a cara vermelha de tanto apanhar; face intumescida pelas lágrimas.
- Passa pra cá!- Ordenou um dos carrascos para a vítima.  Após a contagem do vencimento da semana do indivíduo, o policial argumentou truculentamente:
- Cem é pouco! Dá o relógio!
O rapaz tirou o relógio do pulso e, rapidamente, o entregou a autoridade presente. Pensava em nunca mais passar por aquilo em sua vida. Entrar para uma igreja evangélica. Usar Deus para esquecer sua miséria, ao invés do fumo proibido.
-Ô otário, tá vendo essa reta aqui? Te dou cinco segundos para sumir no horizonte. - Ordenou-lhe, um dos homens da lei.
O elemento não pensou duas vezes: Como uma flecha, sumiu na esquina.
Os policiais seguiram na direção contrária, dobraram a esquina e entraram na patrulha.
- Segura sessenta contos que eu te devia dez, lembra?
-Tranquilo... fica com o relógio, pois não gostei da cor e...estica logo essa farinha no espelho que eu tô cheio de sono!

CONVICTO (Niterói, 17 de Julho de 2010)


Hoje, tive minha teoria sobre o sentido da vida, reforçada. Qual o objetivo para nascermos? Existe alguma forma de retardar ou evitar a morte? Na minha opinião, viemos para esta merda de mundo para nada. O nada é o sentido da vida. Corra, malhe, não fume, vá à igreja, deixe que controlem o rumo da sua velhice (se você chegar lá!) com vãs filosofias para alcançar o céu. Imbecis que olham para o infinito entre as estrelas e, como os povos da antiguidade, buscam um sentido para a vida em livros, conchas, rituais sagrados etc.
 Conheci uma família e, dentre eles, o pivô do texto, um dos filhos dessa família, em 2005. Nessa época, trabalhava de cobrador na linha de ônibus 34 (Largo da Batalha - Niterói). O menino tinha só 14 anos de idade, mas conversávamos muito durante as viagens de ida e volta a sua casa, escola etc, como converso com qualquer adulto. O pai, muito comunicativo, gente boa mesmo, daquele que puxa da sacola de compras um biscoito e dá pro serviçal que o atende, só pra firmar amizade. Com a mãe e a filha nunca tive intimidade, mas como eram uma família gente boa de verdade, elas sempre me cumprimentavam. O tempo passou e mudei de linha, porém, sempre tive a oportunidade de esbarrar com essa família gente boa, nos lugares em comum, os quais frequentavamos (mercado, bairro etc).
Com o passar do tempo, mudei de linha e fui trabalhar na 39 (Centro- Piratininga). Ano passado, comecei a ver o menino com mais frequencia, pois passou a servir o exército em uma guarnição situada no Tibau (Piratininga). "E aí, como vai seu pai? Manda um abraço pra ele!" ou "Pretende seguir carreira no quartel?", são boas questões para se iniciar um bom papo. A partir de janeiro, o menino pegava meu ônibus e comentava que aprendia a pilotar moto, em uma que o seu pai havia comprado. Eu, com meus conselhos de coroa, sempre dizia para ele: "Desiste de moto, é muito perigoso! Junta um dinheirinho e compra um caidinho (pra quem não sabe a gíria, significa carro velho) pra você!" Tempão sem ver o moleque, encontrei com o pai dele, hoje. Ele me trouxe a triste notícia de que ele comprou um carro e que, mês passado, ao sair de casa com o veículo, foi desviar de um porco no meio da rua, subiu a calçada e bateu com a sua porta lateral e cabeça em um poste, causando a sua prematura e instantânea morte.


ESCOLINHA


Por: Alexandre Mendes
Roubava bomba d’água
e chinelo esquecido na porta
Essa é a história de Joninha,
meu parceiro vida torta

Metia só pra dar um belengo;
Fazia rolo na situação
Joninha vida torta,
rodou e foi pra prisão

Lá dentro, conheceu os feras,
como ele chamava: “Os fodão”
Dividiu com eles, a cela
de pavilhão em pavilhão

Passou o primeiro bucha,
No respingar da ducha,
segundo lhe passaram
a rígida instrução

Depois ficou mais fácil
Joninha empurrava o aço
e escutava o gemidinho,
só pra sua diversão

De tortinho deu uma volta,
bem mais torto que lá fora
De ladrão porco
a bandidão

É bandalha, porta a fora
Pulou a muralha
e fez a hora
Segundo a sua decisão

Com uma taurus na cintura
é cerol da linha dura
Não pisca o olho,
senão “cê” vai dançar

Carceragem é escola
Uma grande piada;
Motivo de gargalhada,
reforçando o grande Nada



DEVANEIOS DO PROFETA


Por: Nihildamus
   ...e haverá muita opressão contra os mais pobres, de tal forma e tamanha rigidez, que os explorados se levantarão contra os poderosos. Os lobos de gravata, então, se prevalecerão, através de leis instituídas para massacrar os mais fracos...              Extermínios em massa, através da fome, desemprego, violência e fatalidade. Os chacais de Hugo Boss só cessarão suas práticas genocidas, quando não restar um marmiteiro de pé.                                                                                                             Somente, quando chegar o dia em que o sol nascer novamente, os perversos perceberão que a sede de poder e controle, cortara seus próprios pés e braços, tornando-os fracos por estarem imóveis...

O fim do mundo


"Os dirigentes capitalistas podiam temer que o desaparecimento do produtor rural, do artesanato e da pequena burguesia comercial e industrial reforçasse as fileiras do proletariado. Mas o "modernismo" veio trazer-lhes o êxito total com a automação, a miniaturização e a informática. Após o despovoamento dos campos, assistimos agora ao das fábricas e dos escritórios. Como o capitalismo não sabe nem quer partilhar o lucro e o trabalho (vemos isso nas reações indecentes e histéricas do patronato à jornada de 35 horas- medida de resto bem tímida), chegamos inelutavelmente ao desemprego e à sua corte de desastres sociais."                                                        
Maurice Cury .E.C Éditions, Le Libéralisme Totalitaire.
 Pois então, meus caros leitores, essa é a triste realidade do horizonte que avistamos. A tecnologia não está gerando a evolução. A tecnologia está gerando a "devolução", que nos dá uma idéia de retorno, atraso. Mas é claro que o atraso fica para o povo. Um exemplo claro está no vale-transporte eletrônico. O trabalhador não pode pegar uma van, na volta do trabalho: É obrigado a esperar o ônibus, não importa o seu atraso. Passageiro e condutor de van saem perdendo nessa, só quem ganha é o empresário de ônibus. E o cobrador, que está sujeito a perder seu emprego, por causa do validador e do micro-ônibus. Milhares já foram demitidos em nome da tecnologia. Somos cercados por câmeras em nossos serviços. Os empresários em geral, alegam que é para a segurança da empresa. Somos vigiados quando entramos em um elevador, ou em qualquer outro lugar público. Não podemos mais exprimir o que pensamos em uma cédula eleitoral, apenas apertamos botões que não expressam nosso ódio e repúdio pelos políticos e suas sujeiras. A cada dia somos mais e mais controlados pelos manda chuvas do mundo. E a ordem sintética da tecnologia capitalista é, gradualmente, não precisar mais do povo para nada. Pessoas formadas disputam vaga para gari com pessoas de menor grau de instrução; alguns aceitam trabalhar sem carteira assinada, ou sem receber pelas horas extras. Estamos chegando a um nível insuportável de desvalorização de nossa mão de obra. Qual foi a última vez que o povo se revoltou com a situação trabalhista? Será esse o prenúncio do fim do mundo para nós? Será que um dia não haverá mais povo no mundo, somente os empresários e a tecnologia demagógica deles?

DESTINO


Por: Alexandre Mendes

Impropérios e críticas são lançados
como pedras em minha face;
meus dias são preto e branco,
com legenda para cegos

Estatelado na calçada;
 Pisoteado e amarrotado
Meu eu está irreconhecível:
Sou qualquer coisa que não seja eu

Como um parafuso que gira,
gira e gira,
faço operações que não queria
Infeliz etapa industrial

Encarar a realidade
sem Davi e seus salmos
A realidade são pedradas
no centro da minha fronte

A morte...a morte...- Balbucio
Não há mais lugar para mim
dentro da caverna onde todos
enxergam sombras refletidas

Venha morte...me leva
Liberta-me do ambiente egoísta;
torpe ganância desenfreada
Venha no relento da madrugada

Venha... Única certeza do homem
Quase todos te temem,
mas há todos consome

Venha...chegue mais perto,
mais perto,
mais perto
do fim

HISTÓRIA DE AMOR


Por: Alexandre Mendes
Ela acordou cedo e colocou o café na mesa, para ele. Era o dia do seu aniversário. Acordou-o, com beijinhos e abraços.
- Feliz aniversário, meu amor. Vem tomar o café que preparei para você. – Disse ela.
Tomaram o café, apaixonadíssimos. Lembraram de como se conheceram e, como foi o primeiro beijo. Riram, recordando da última viagem que fizeram pelo mundo. Um casal sem filhos, jovem, saudável e rico. Viviam a vida, sem aparentes preocupações.
- Eu te amo. Sempre, te amarei. – Dizia ele.
Após o momento mágico, ocorrido durante o café, beijaram na boca, intensamente. Suas coxas se entrelaçavam, embaixo da mesa.
- Vamos para cama! Quero ser tua.
Deitaram no leito de amor e fundiram-se em um só corpo, durante toda manhã. Desfaleceram em gemidos e, finalmente, relaxaram, cada um do seu lado da cama.
-Meu amor, como você me satisfaz! – Murmurou o aniversariante.
O odor do sexo ainda pairava no ar, quando a campainha da porta tocou. Ela fixou os olhos nele, como nunca havia feito antes. – Eu tenho uma surpresa para você!
Ele sorriu, feliz por ter uma mulher que o amava tanto. Ela se levantou da cama e caminhou em direção a porta. – Feche os olhos, paixão. Só os abra, quando eu mandar!
Um simples momento que, para ele, pareceu uma eternidade.
 “Ah! Que surpresa, o meu amor preparou para mim?” – Pensou ele, curioso.
Os olhos se abriram, no exato momento em que sentiu algo pontiagudo invadir seu peito: Era o jardineiro, que o golpeava, diversas vezes, com um facão. Observou, no fundo, ela revirando o seu lado do armário. Quando, já não tinha mais forças para se defender ou respirar, escutou ela dizer:
- Aonde será que esse filho da puta guardou a apólice!
Ela e o jardineiro simularam um assalto na casa, receberam o seguro
e viveram felizes para sempre...
FIM

AO PATRÃO, COM CARINHO



Como vai, velho canalha!
Por muitos anos, dia após dia,
enchi teu bolso de alegria
na minha carteira, quase nada
suor pingando; garganta seca
trabalhei duro; sol escaldante
e você lá no restaurante,
tacinha de uísque sobre a mesa

Como vai, velho safado!
Por muitos dias, ano após ano,
me usou bastante e deu o cano
Lamentei desamparado
mão com bolha a calejar,
pé descalço e rachado
e você lá no Corcovado
com sua prole a passear

Como vai, seu velho fútil!
Depois de anos e alguns dias
me sugando as energias
transformou-me em um inútil

quando pensei em parar,
vi que não contribuía,
negada aposentadoria
continuou a me explorar

Como vai, velho imundo!
Vai como, velho picareta!
Espero um dia te encontrar sentado
no colo em brasas do capeta!

O Cuspe que virou lodo


Por: Nihildamus

Valores são farelos
na ética da jaula
juízos e juízes
se metam em suas vidas
preconceitos
pré-destinos
dois lados da moeda
pós-moderno
globaliza
transforma-se em inferno
sunitas, xiitas
MPLA e UNITA
Sendero e as FARC
estão prontas pro ataque
Al-Qaeda e Al-Fatah
estão doidas pra matar

E você aí, de clic-clic no mouse!

Brêiqui de Rullis


Por: Alexandre Mendes
   Acordou as três da manhã com o despertador, como era de costume. Mais um dia da mesma coisa na sua vida.
   As instruções de sua mulher:
. Coloque a marmita na geladeira, senão a maionese estraga e você vai ficar com fome.
. A blusa do uniforme está secando, atrás da geladeira. Passe-a, antes de sair.
. Me liga, na hora do almoço.
. Na volta, compre leite, biscoito e ração para os cachorros.
. Tenha um bom dia de trabalho.
                 _ Seguiu a risca, as ordens de sua patroa_
   Pegou a “lata de sardinha” até o Centro.
   As instruções do coletivo:
. Pague a passagem com trocado, pois o cobrador nunca tem troco a essa hora.
. Não fume no interior do coletivo.
. Não coloque o celular aos berros.
. Não roce nas mulheres, pois pode levar uma coça.
. Desça, somente, no ponto.
                 _Seguiu a risca, as regras do “catacorno”_
   Chegou ao trabalho atrasado, por causa do rotineiro engarrafamento.
   As instruções do seu patrão:
. Senta aqui e escuta o meu sermão do dia.
. Sorria sempre para as tarefas de adulto que lhe obrigamos a executar.
. Conforme-se com o salário de criança que nós lhe pagamos.
                 _Seguiu a risca, as instruções do patrão_ (e, também, da patroa e do coletivo, como era de costume.)
   Anos de mesmice depois... Bateu aquele tédio proibido em João Ninguém. O sentimento transformou-se em ódio, que descambou para a loucura...
   Acordou as três da manhã, com o despertador. Desligou o quadradinho e, só se levantou na hora em que se sentiu bem.
   Caminhou até o ponto do ônibus, comendo a marmita gelada. A blusa do uniforme, toda amarrotada e cagada de comida, no corpo.
   Entrou no coletivo; deu um arroto e pulou a roleta: Levou um esporro do cobrador. Puxou 50 pratas do bolso e pagou a passagem, dizendo ao funcionário que ficasse com o troco. – Hoje, vamos quebrar a rotina!
   Cantarolou até a Central do Brasil, incomodando todos os passageiros. Resolveu acender um cigarro, bem no meio do salão. Foi severamente repreendido: apagaram o tabaco dele, na marra. Enquanto muitos, ainda falavam mal de sua mãe, resolveu roçar sua troçoba, nas nádegas de uma senhora recatada. Desceu fora do ponto, na altura da Praça XV, debaixo de uma saraivada de porradas.
   Chegou ao trabalho, com o uniforme amarrotado; ensangüentado e manchado de feijão. Estava, três horas, atrasado. Olhou para a cara feia do chefe e, antes que ele dissesse algo, pronunciou as palavras mágicas para a sua liberdade:
   - Vai tomar no núcleo do centro do olho do orifício do teu cú!!!
   Juntou seus trapos e foi embora mais cedo, para sempre.
  Caminhou de costas, até sua casa, cantando “Sociedade Alternativa”, de Raul Seixas, durante quatro horas.
  Passou na barraca e pediu ração, biscoito, leite e, ao invés de pagar, saiu correndo. Despejou os três alimentos na entrada do seu quintal. Misturou-os, com o pé descalço; agachou-se e, como um animal selvagem, alimentou-se.
CONCLUSÃO:
“O Ministério do Trabalho adverte: Nossas leis contêm substâncias tóxicas que podem levar ao adoecimento e a morte.”




Liberalismo econômico

Por: Alexandre Mendes


Criadores do ideário liberal: John Locke (1632-1704), David Ricardo (1772-1823) e Adam Smith (1723-1790)

 A idéia de que "todos somos iguais, perante a lei" é pregada em todos os países que adeptos ao sistema liberal, no século XIX.
Entretanto, o "todos iguais" só ocorria na forma jurídica, pois aquele que já tinha capital acumulado, investia livremente e enriquecia, prevalecendo sua influência nas esferas do poder e, consequentemente, suplantando os mais pobres.
 Durante o período feudal, o direito consuetudinário garantia que se houvesse alguém passando fome, na entrada de alguma propriedade, o senhor era obrigado a deixar o esfomeado entrar em sua propriedade, para que pudesse se alimentar nos seus bosques. Com a implantação do pensamento de Locke na política inglesa, dizendo que todo aquele que invadisse uma propriedade, para saciar a fome, deveria sofrer a pena de morte.
Podemos perceber o reflexo desse pensamento, nos dias de hoje, quando temos a capacidade de ignorar a miséria perambulando pelas ruas.
  
              A propriedade privada e a divisão social do trabalho são as bases do capitalismo. 


Conceitos:

   Movimento -  Busca explicar e materializar a reação da sociedade, contrária as leis abusivas do mercado. O movimento só foi possível com a deliberada ajuda do Estado, por meio de subvenções e protecionismo estatal.
Contra- movimento - Proteção da sociedade por meio de políticas sociais-democratas, baseadas no forte planejamento estatal. Com efeito, criaram leis protetoras dos assalariados, leis estatais e preços subvencionados pelo Estado. O contra-movimento é caracterizado pela política social - democrata. Sua teoria política diferencia-se das teorias marxistas e anarquistas, as quais vêem o Estado atendendo, prioritariamente, os interesses das classes dominantes.

Com o advento da Revolução Industrial no século XIX, o aperfeiçoamento do maquinário industrial não dimunuiu a jornada de trabalho, pelo contrário, aumentou a carga horária. EUA e Inglaterra, os países mais ricos da época, abandonaram os pilares do liberalismo econômico, forçando os demais países a fazer o mesmo.

                O movimento do mercado foi impulsionado pelo Estado.
                O contra- movimento foi uma reação espontânea da sociedade