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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um Trem Para as Estrelas

Hoje, lembrei do grande poeta, Cazuza. A letra dessa música tem algo que sempre mexeu comigo. O povo correndo atrás da sua sobrevivência. As pessoas se engalfinhando dentro de coletivos abarrotados; as mulheres reclamando do roça-roça; os office-boys, com o walkman no volume máximo; os estudantes, com suas mochilas nas costas. Enfim...que merda!

Lembrei da correria, dos desentendimentos:  "Abre a janela! Eu puxei a cigarra! Você não tem mulher em casa, tarado! Puta que o pariu, que demora! Vou chegar atrasado! Vontade de botar fogo nesse ônibus!"
Um ônibus, dois ônibus, um trem, uma barca. Enfim...que merda!
Sempre refleti o que nos leva a aceitar tudo isso: Trabalhadores "livres", em navios negreiros, buscando as estrelas!


Cazuza /Um Trem Para as Estrelas
São sete horas da manhã
Vejo o Cristo da janela
O sol já apagou a luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas de pontos de ônibus
Procurando aonde ir


São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
E a esperança que eles têm
Nesse filme como extras
Todos querem se dar bem
Num trem para as estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Num trem para as estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem proteger ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira

Da gente se salvar depois
Num trem para as estrelas
Depois dos navios negreiros

Outras correntezas
Num trem para as estrelas
Depois dos navios negreiros 
Outras correntezas...

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