Eu fico pensando e imaginando
Se é enquanto ou quando
que o mundo gira, quando eu penso
ou se gira enquanto eu falo
então eu falo, mas nem sempre
é o que eu penso
Então, eu penso
Será que vale a pena pensar?
Mas não falo
Somente penso...
peresteca.blogspot.com
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
1974 - O Terço
CRIATURAS DA NOITE
Como uma gaivota, pairando sob o céu azul...
dezenas de andorinhas disputam o infinito, comigo!
....Eu morri...e estou morto?....ESTOU LIVRE!!!!!!!!!!!
Galgando degrau por degrau, não olharei para trás...Eu prometo!
....Enfim...a claridade se intensifica!!!
Como um solo de guitarra que agora toca o meu coração.....
dissipa todo o dolo, todo o mal que absorvi na terra....ESTOU LIVRE!!!!!!!
E sigo o meu caminho, meio com fome, meio mordido....
as sombras não me assustarão....NUNCA MAISSSSSSSSSS...
Ventos que sopram em meus ouvidos essa canção....guardem-me de todo mal...
Sombras...vocês nunca mais me tocarão!....8)
terça-feira, 15 de maio de 2012
Condecoração de honra
Por: Alexandre Mendes
E lá está ele
Olhos esbugalhados e boca aberta
Sete medalhas no peito
De bom menino a mau sujeito
Soldado, ele se fez
Lá está ele, imóvel como pedra
Sua família chora a merda
chora de emoção, chora baixinho
Sete medalhas por bravura
O sangue seco, a alma dura...
Ainda me lembro dele, pequenino
jogando bola no campinho
O seu sorriso banguela
se foi com a penugem do peito
Anteontem era zagueiro
Ontem, era mau sujeito
E hoje, apenas estatística
(reconhecido na quarta,
enterrado na quinta)
Amém!
E lá está ele
E lá está ele
Olhos esbugalhados e boca aberta
Sete medalhas no peito
De bom menino a mau sujeito
Soldado, ele se fez
Lá está ele, imóvel como pedra
Sua família chora a merda
chora de emoção, chora baixinho
Sete medalhas por bravura
O sangue seco, a alma dura...
Ainda me lembro dele, pequenino
jogando bola no campinho
O seu sorriso banguela
se foi com a penugem do peito
Anteontem era zagueiro
Ontem, era mau sujeito
E hoje, apenas estatística
(reconhecido na quarta,
enterrado na quinta)
Amém!
E lá está ele
Olhos esbugalhados e boca aberta:
Sete medalhas no peito
Condecoração de honra
De menino sorridente
a bravo soldado
Sua família chora de emoção
chora de tristeza, chora baixinho
Frente à situação
Mais um soldado caído
Antes, moleque desnutrido
jogando bola no campinho
Lembro-me muito bem disso
O sorriso desfez-se
E a marra tomou conta
Jogava muito bem na ponta
Agora é só mais um na conta
Mais um na estatística
Mais um que foi na onda...
(Reconhecido e enterrado,
Descanse em paz, bravo soldado!)
Descanse em paz, bravo soldado!)
Amém!
sábado, 3 de março de 2012
Terra
Um passo para frente. Dois passos para trás. Posicionou-se de cócoras, olhando o chão. Parecia hipnotizado.
Lembrou-se de fórmulas antigas e de segredos esquecidos em sua mente. "A novidade!"- Pensou.
Prendeu a respiração e deu um salto, comprimindo todos os músculos inferiores do seu frágil corpo. Ergueu a mão esquerda para o alto, tentando alcançar as estrelas, no ápice do esforço físico. "Eu sou a natureza!"-Gritou.
Enquanto isso, uma nuvem de fumaça tomou o céu e o ar. O sol se escondeu e a noite veio repentinamente.
Olhei para a direção dele, mas não o vi. Ele havia se transformado em uma árvore gigante...
Por: Alexandre Mendes
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Aí um poema para vc colocar no seu blog.
No chão
Por: Fabio da Silva Barbosa
deitado na sarjeta
sentia o vômito na garganta
pareciam gorgulhos epiléticos
chicoteando meu espírito
a úlcera se contorcia
num bailar de merda e sangue
pareciam agulhas e facas
moendo minha carne
o cheiro da podridão
já invadia minhas narinas
não podia mais reagir
a minha própria chacina
mesmo assim queria
mais uma dose assassina
sentir os neurônios falecendo
não continuar existindo ou sendo
Depois te mando mais
Bjunda
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Oração
Brilho do sol que a pele racha
traga a luz da manhã
com suor e bons pensamentos
para aqueles que tem boca e falam
para alguns que sabem, mas se calam
para os indecisos e conformados
e para todos que ainda acreditam
estar no caminho da verdade
Nihildamus
traga a luz da manhã
com suor e bons pensamentos
para aqueles que tem boca e falam
para alguns que sabem, mas se calam
para os indecisos e conformados
e para todos que ainda acreditam
estar no caminho da verdade
Nihildamus
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Recomendações de um Macaco Velho
Por: Alexandre Mendes
E lá estava eu, retornando de um jantar dançante promovido pela associação de moradores do bairro Ititioca. Perguntei ao motorista se eu poderia ajudá-lo a fechar as janelas do micro-ônibus, pois era a sua última viagem e eu era o seu último passageiro.
-Ó! Muito obrigado! - Disse o motorista.
Enquanto eu o ajudava, o ônibus reduzia a velocidade. Olhei por uma das janelas e vi um jovem que fazia sinal para o ônibus, cercado por alguns policiais. Tênis batido, calça jeans, camisa e boné pretos. O rapaz parecia ser humilde...
Logo que os homens de uniforme azul adentraram a viatura, o rapaz alcançou os degraus do coletivo. Bufava de ódio. - Vim aqui visitar a minha avó e aguardava a chegada do ônibus para casa, quando esses caras resolveram me dar uma dura.- Disse o jovem, com os olhos lacrimejantes de ódio.
- Meu filho, qual é a sua idade? - Perguntei-lhe, enquanto girava a roleta.
-Dezessete.
-Eles te bateram?
-Não. Mas achei que perderia o ônibus e depois desse aqui, só uma e meia da manhã. - O boné entre as mãos, sofria as consequências, com o aperto dos seus dedos revoltados.
-Filho, ouça o meu conselho. A polícia é mau paga e as vezes desconta suas frustrações na gente. Tudo o que eles querem é ouvir "sim, senhor" e "não, senhor". Faz bem para o ego deles; faz bem para você. Sei que é difícil ser abordado na rua, enquanto as pessoas passam e te observam. Mas, o mais importante é que a sua mãe vai dormir em paz, quando você atravessar o portão de casa...
E lá estava eu, retornando de um jantar dançante promovido pela associação de moradores do bairro Ititioca. Perguntei ao motorista se eu poderia ajudá-lo a fechar as janelas do micro-ônibus, pois era a sua última viagem e eu era o seu último passageiro.
-Ó! Muito obrigado! - Disse o motorista.
Enquanto eu o ajudava, o ônibus reduzia a velocidade. Olhei por uma das janelas e vi um jovem que fazia sinal para o ônibus, cercado por alguns policiais. Tênis batido, calça jeans, camisa e boné pretos. O rapaz parecia ser humilde...
Logo que os homens de uniforme azul adentraram a viatura, o rapaz alcançou os degraus do coletivo. Bufava de ódio. - Vim aqui visitar a minha avó e aguardava a chegada do ônibus para casa, quando esses caras resolveram me dar uma dura.- Disse o jovem, com os olhos lacrimejantes de ódio.
- Meu filho, qual é a sua idade? - Perguntei-lhe, enquanto girava a roleta.
-Dezessete.
-Eles te bateram?
-Não. Mas achei que perderia o ônibus e depois desse aqui, só uma e meia da manhã. - O boné entre as mãos, sofria as consequências, com o aperto dos seus dedos revoltados.
-Filho, ouça o meu conselho. A polícia é mau paga e as vezes desconta suas frustrações na gente. Tudo o que eles querem é ouvir "sim, senhor" e "não, senhor". Faz bem para o ego deles; faz bem para você. Sei que é difícil ser abordado na rua, enquanto as pessoas passam e te observam. Mas, o mais importante é que a sua mãe vai dormir em paz, quando você atravessar o portão de casa...
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Ato público no Largo da Carioca em prol da ocupação Pinheirinho - Parte 1
Salve! Os vídeos a seguir foram feitos por mim, na manifestação do dia 23/01, em local acima especificado. Pelo fato de ter uma conexão muito lenta, publico nessa primeira parte apenas dois vídeos entre os demais que fiz, durante o ato. Não citarei os nomes das pessoas que discursam aqui, nem as suas respectivas atividades políticas. Espero que os telespectadores cheguem as suas próprias conclusões...
Vale ressaltar que não creio na política vigente, entretanto, respeito todos aqueles que crêem nisso.
Marxistas, leninistas, anarquistas, capitalistas ortodoxos, niilistas, social democratas, alienados, favelados e burgueses: sejam bem vindos! Apesar das divergências sociais e ideológicas, acredito que estamos sentados na mesma canoa furada, que afunda mais e mais, a cada dia que passa...
Vale ressaltar que não creio na política vigente, entretanto, respeito todos aqueles que crêem nisso.
Marxistas, leninistas, anarquistas, capitalistas ortodoxos, niilistas, social democratas, alienados, favelados e burgueses: sejam bem vindos! Apesar das divergências sociais e ideológicas, acredito que estamos sentados na mesma canoa furada, que afunda mais e mais, a cada dia que passa...
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Pequeno relato de quem viveu uma privatização
(por W. Bastos)
Segunda metade da década de 1990. Eu era concursado e possuía um cargo público efetivo na esfera federal do Poder Executivo. Mas, para mim, isso pouco me ajudava. É que o salário oferecido era muito baixo, não dando nem pra pagar um aluguel duma quitinete, somado ao IPTU, mais outras contas e alimentação. Não tinha jeito: era preciso tentar outro concurso. Prestei vários. Estudando bastante, passei nalguns poucos e fui chamado a me apresentar em apenas um: o da TELERJ (empresa pública telefônica do estado do Rio de Janeiro, na época).
Assim, em meados de 1998, pedi exoneração onde eu trabalhava. Segui com a documentação necessária para a sede da TELERJ, que ficava no bairro Jacaré. Quando atravessava a Baía de Guanabara, pela barca Rio-Niterói, vi que um homem se levantou no meio dos passageiros e começou um discurso. Ele falou contra as privatizações que estavam ocorrendo e sobre o quanto isso prejudicava os trabalhadores, que viam seus direitos escoando pelo ralo. Falou sobretudo contra a privatização da TELERJ, que estava em curso. Logo ele foi silenciado por um segurança das barcas (que "coincidentemente" haviam se tornado privadas há pouco).
Segui para Jacaré bastante preocupado. Porém não havia alternativa: eu não podia mesmo continuar no trabalho anterior com uma remuneração tão baixa. O salário de Agente de Serviço - posição que eu ocuparia na empresa - não era tão melhor que o de meu outro cargo, entretanto havia um vale refeição bastante graúdo (mais de R$10,00 diários: na época uma grana forte), além de representativo vale alimentação (acima de R$100,00 para compras em supermercado), somava-se assistência médica e odontológica (apesar de a empresa só cobrir despesas dentárias até determinado valor).
Quando comecei a trabalhar na TELERJ, já privada, as decepções começaram. O trabalho, que já era estressante, foi piorando progressivamente.
No início, ao chegarmos, batíamos o ponto, registrando nossa entrada. Depois arrumávamos nossas coisas, ouvíamos alguma orientação do supervisor e só depois colocávamos o fone de ouvido para começarmos o atendimento aos clientes via telefone. Com a privatização, a orientação da empresa mudou quanto a isso: acabaram com o relógio de ponto e só era considerado que estávamos na empresa a partir do momento em que atendíamos à primeira ligação. Isso nos forçava a chegar mais cedo e dar um tempo extra de trabalho para a TELERJ, sem receber por ele.
Durante os três primeiros meses pós-admissão, nosso salário era menor pois estava-se no chamado período de experiência. Como esse meu período terminou no meio dum mês, a TELERJ aproveitou para me garfar mais de R$100,00, pagando o salário menor durante um período de 105 dias (em vez dos 90 estipulados, constantes no contrato e legislação - vale ressaltar: pela Consolidação das Leis do Trabalho, CLT, é proibido contrato de experiência por tempo superior à 90 dias).
Todos os que estavam nessa situação se organizaram e argumentaram com bastante clareza sobre isso com representantes da empresa via telefone. Como nada se resolveu assim, fizemos pressão e obtivemos, de nosso chefe imediato, a dispensa de um dia de trabalho para uma colega nossa ir pessoalmente até a sede da TELERJ no bairro de Jacaré, na capital fluminense, levando toda a documentação nossa e todas as demonstrações da ilegalidade da empresa em pagar "salário de experiência" pelos dias trabalhados além dos 90 regulamentares. No entanto, a companheira nada conseguiu: disseram na cara dela que não iam pagar nada além do que fora dado e pronto, os insatisfeitos que acessassem o Poder Judiciário ou pedissem demissão (o que, cá para nós, na prática teria o mesmo resultado: desemprego).
Depois disso houve queda no valor a ser coberto pela empresa relativo a tratamento odontológico. Em seguida, veio um corte violento em nossos vales refeição (cortado quase pela metade) e alimentação (indo pruma quantia simbólica três vezes menor). Em virtude desses fatos, foi decidida, numa assembleia sindical nossa, uma paralisação de 24h contra a perda de direitos.
A empresa ameaçou nos demitir, chamou vários colegas previamente para "conversar" de maneira intimidatória, além de espalhar cartazes coagindo os funcionários a furar greve. Acabei sendo o único de meu setor a aderir a paralisação, o que me fez ser chamado para "dialogar" com o chefe no dia seguinte. Ao ser indagado por ele sobre a minha "falta", respondi, polidamente, que me informei sobre a paralisação e aderi a ela, achando até que todos os outros também o fariam. Ao voltar ao meu posto de trabalho e contar ao colegas que eu só teria o dia descontado e mais nada, reparei que ficaram profundamente arrependidos de não terem se incorporado à greve; mas já era tarde: a empresa se fortaleceu com o insucesso do movimento e foi destroçando gradualmente nossos benefícios, chegando depois a demitir setores inteiros (como o Jurídico de Niterói-RJ) por "baixa produtividade".
Com a privatização foi instituído um rodízio perverso de horários: numa semana o funcionário trabalhava a partir de 7h da manhã, noutra entrava só às 15h, noutro momento o horário era 10h... Dessa forma era impossível estudar. Não adiantava levar documentação comprobatória de matrícula em faculdade, ou noutros cursos, diziam com todas as letras: "ou pede demissão ou abandona o curso". E era isso mesmo que a nova TELERJ (depois chamada TELEMAR, OI fixo...) queria - pessoas sem tempo para estudar ou refletir sobre suas próprias condições, pessoas que só vivam para dar seu sangue pela empresa e seus donos milionários, beneficiados pela privataria dos políticos, sobretudo do PSDB, mas também doutros partidos. O próprio o Partido dos Trabalhadores (PT) nada fez posteriormente para mudar esse quadro instalado, além de apoiar, por exemplo, leilões de poços petrolíferos da Petrobrás nos governos Lula e Dilma Rousseff.
Tais privatizações - a vida me provou - só são boas mesmo para patrões e politiqueiros das diversas legendas partidárias.
(Texto publicado originalmente no blog Expressão Liberta - www.expressaoliberta.blogspot.com)
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